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Pesquisas de boas práticas são destaque no Encontro da Rede de Observatórios do Trabalho em Brasília

Dados foram apresentados durante evento promovido pelo MTE e Dieese. Também foi lançada a 1ª Edição da Revista do Observatório, que reúne um compilado dos trabalhos de um ano do grupo

As informações geradas pela Rede Nacional de Observatórios do Trabalho no Brasil podem ser uma grande aliada das políticas do Sistema Nacional de Emprego (SINE). Dentro dessa perspectiva, foram apresentadas duas pesquisas que são um exemplo de boas práticas, no segundo painel de debates do primeiro dia do Encontro da Rede de Observatórios do Trabalho, que começou no dia 12 de junho, em Brasília, e acaba nesta quinta-feira (13).

Promovido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), participam do encontro representantes de observatórios de 21 estados e de 11 municípios com mais de 200 mil habitantes, além de órgãos como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Unicamp e o Instituto Federal do Maranhão.

O painel “Apoio às políticas do SINE: Intermediação de mão-de-obra, qualificação profissional e o papel dos observatórios” foi aberto pelo diretor de Trabalho, Emprego e Renda do MTE, Tiago Oliveira Motta. O diretor apresentou o funcionamento da estrutura do Sistema Nacional de Emprego (SINE) e disse que os observatórios são uma ferramenta importante na reconstrução das políticas de trabalho e emprego no país. “Os estudos dos observatórios possibilitam que as políticas de qualificação e intermediação de mão-de-obra sejam direcionadas para a realidade do mundo do trabalho em sua localidade, sendo mais eficientes os resultados”, explica Motta.

Conforme a diretora de Qualificação Social e Profissional do MTE, Cristina Kavalkievicz, já é solicitado às entidades executoras de cursos de qualificação profissional do ministério uma prospecção do mercado de trabalho na região é a tendência de futuro. “Temos que nos antecipar, saber se há a perspectiva de instalação de novos empreendimentos nos municípios, que tipo de mão-de-obra será necessária, para não ter que buscar trabalhadores de outras regiões. Para isso é necessário pesquisa e análise de dados, para alinhar as demandas do mercado com a qualificação”, fala Cristina.

Pesquisas dos Observatórios

A representante do Observatório Municipal do Trabalho de Campinas, Theodora Panitsa Beluzzi, apresentou uma pesquisa realizada sobre o mercado de trabalho no seu município. Entre as conclusões, ela destacou que o grau de escolaridade do trabalhador não é um fator preponderante, apesar de ser importante no momento de buscar uma colocação no mercado de trabalho. Conforme Theodora, a experiência profissional e cursos de qualificação seriam mais significativos na intermediação de mão-de-obra.

“O requisito de cursos com cargas horárias mais extensas, assim como tempo de experiência estão mais associados às vagas de baixo encaminhamento. Em contraste com vagas de alto encaminhamento, que tem como requisito cursos com cargas horárias mais curtas e exigência de menos anos de experiência”, destaca. Apesar da importância dos cursos profissionalizantes, ela diz que dos inscritos entrevistados na agência do SINE Municipal de Campinas, apenas 38,6 declaram possuir um curso profissionalizante.

O diretor de Tecnologia da Informação do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), William Côrrea Mendes, que é o coordenador adjunto do Projeto do Observatório de Egresso da Rede Federal, também apresentou uma pesquisa que tem desenvolvido em sua instituição. O referido estudo vem sendo realizado desde de 2017 e buscou mapear onde estão os egressos do IFMA no mercado de trabalho. Atualmente, uma parceria com o Ministério da Educação (MEC) possibilitou que o projeto fosse estendido para todos os 41 institutos federais do país.

“A nossa motivação em fazer essa avaliação é saber a qualidade dos cursos, os órgãos de controle como o Tribunal de Contas da União e a Controladoria Geral da União também querem saber o impacto dos cursos e se os egressos estão inseridos no mercado de trabalho. Além da comunidade técnica, para entender e melhorar a estrutura acadêmica na criação de novos cursos”, destaca Mendes

Experiências positivas

Por último, foi apresentado um diagnóstico do SINE, no estado de Roraima, realizado pela Agência Francesa de Desenvolvimento por meio de uma parceria com o MTE. O diretor do Departamento de Políticas Públicas de Emprego e Trabalho e Renda de Roraima, Charles Bruno, apresentou os desafios do SINE em seu estado e falou das boas práticas que vêm sendo implementadas. Uma delas foi um workshop que reuniu empresas, jovens que não trabalham e os que já trabalham, os que têm qualificação profissional e os atendentes do SINE.

“Esse workshop de dois dias teve como objetivo buscar estratégias para colocar esses jovens no mercado de trabalho. Quando você escuta os jovens, os parceiros e os atendentes do SINE, você começa a pensar de forma mais estratégica e começa a inserir de forma mais assertiva esses jovens no mercado de trabalho”, contou Bruno.

Revista

No encerramento das atividades do primeiro dia, a subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do MTE, Paula Montagner, apresentou a primeira edição da revista Observatório do Trabalho Brasileiro. A publicação é fruto de um ano de trabalho da Rede Nacional Observatório do Trabalho, que realizou ao longo do ano passado 10 temáticas, três oficinas metodológicas e um encontro presencial. A revista é eletrônica e pode ser acessada aqui.

O objetivo desses dois dias de encontro é promover a troca de experiências e compartilhar as ações em curso sobre trabalho, emprego e renda, fomentando e fortalecendo essa rede de produção de conhecimento do mundo do trabalho. O encontro termina hoje com o planejamento da Rede de Observatórios do Trabalho.

Fonte: GOV.BR

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