Um novo conceito de tecnologia que pode ajudar na evolução das atividades de notários e registradores foi tema de palestra na Conferência Nacional dos Cartórios (Concart). O blockchain foi apresentado aos participantes pelo engenheiro civil e professor Carl Amorim e pelo advogado Dixmer Vallini Netto.O mecanismo pode ser definido como uma tecnologia de registro distribuído que visa a descentralização como medida de segurança. São bases de registros e dados distribuídos e compartilhados que têm a função de criar um índice global para todas as transações que ocorrem em um determinado ambiente.
Na palestra sobre o impacto do blockchain nos Serviços Extrajudiciais, Carl Amorim explicou que essa ferramenta virtual permite o uso tecnologia sem um intermediário, como acontece hoje nas transações bancárias, onde duas pessoas precisam da instituição financeira para trocar crédito. Segundo Carl, o blockchain possui sete princípios (Integridade na rede, Poder distribuído, Valor como Incentivo, Segurança, Privacidade, Direitos Preservados e Inclusão) e pode ajudar a classe a repensar o papel do cartório para o cidadão e a formatação deles para futuro. “É uma revolução de modelos de negócio e determinam mais eficácia. Desburocratiza”, afirmou.
Para o advogado Dixmer Vallini Netto, a ferramenta tem potencial de mudar vida das pessoas, assim como a internet mudou nos anos 90. Tentado explicar de forma mais simplificada, o advogado comparou o blockchain a um grande livro razão digital com entradas e saída, muito seguro e bem distribuído e pode promover uma mudança de conceito e paradigma. Alertou que já existem empresas realizando tarefas que os cartórios já poderiam estar exercendo. “ A ideia é que os cartórios sejam a ponte em entre o físico e o digital. Mas é uma mudança completa, um novo modelo de negócio.”
A mesa de debates sobre blockchian foi presidente pelo Secretário Nacional da CNR, Emival Araújo.
A íntegra das palestras serão disponibilizadas no site da Cnr